Chegou o Balão Deglutível

Pílula que vira balão gástrico promete mesmos efeitos da cirurgia bariátrica

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Recentemente, começou a circular um vídeo nas redes sociais mostrando um medicamento, uma espécie de pílula que, ao ser ingerida, transforma-se em balão gástrico. Os internautas ficaram empolgados com a possibilidade de um método pouco invasivo que teria os mesmos efeitos de uma cirurgia bariátrica.

Diante da procura, a reportagem entrevistou o médico Marcos Belotto, gastrocirurgião do Hospital Sírio Libanês de São Paulo, para tirar dúvidas a respeito da "pílula bariátrica". Confira abaixo.

Essa pílula que se transforma em balão gástrico pode ser uma alternativa para a cirurgia bariátrica?

Sim, para casos específicos. Pacientes que apresentem contraindicações ou que não desejem a cirurgia bariátrica, mas se enquadrem nas indicações da pílula-balão podem, sim, serem beneficiados. Porém, é importante ressaltar que, apesar de ambos terem como finalidade o tratamento da obesidade, tanto a cirurgia quanto o balão possuem particularidades que devem ser avaliadas individualmente. De modo geral, esse balão se apresenta como uma alternativa, mas não substitui a cirurgia bariátrica em muitos casos.

Quais são os perigos desse tipo de medicação e quais podem ser os efeitos esperados?

Por tratar-se de um método novo, os dados sobre a sua segurança ainda são pouco conhecidos. Apesar disso, sabe-se que, por tratar-se de um corpo estranho no interior do estômago, o paciente pode apresentar desde náuseas e dor abdominal discreta, até o desenvolvimento de úlceras, sangramento gástrico e obstrução intestinal por migração do balão, quadros importantes e de risco à saúde do paciente, exigindo a retirada imediata dos balões.

Quando o dispositivo é bem tolerado, porém, os estudos usados para sua aprovação e o fabricante relatam perda de peso variável, devendo ser associado a dieta e exercícios físicos, como ocorre na cirurgia bariátrica.

Existe alguma orientação pós-cirúrgica, para que o indivíduo não volte ao sobrepeso? Se sim, qual?

Sim, o paciente deve ser previamente esclarecido e preparado para adequações alimentares e de estilo de vida no pós-operatório, além de ser acompanhado por equipe multidisciplinar. É fundamental que ocorra adesão à dieta, realização de atividade física e outros cuidados, como tratamento de transtornos psiquiátricos, situações que frequentemente se associam com o retorno do sobrepeso.

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